Setembro é o mês mundial de conscientização e prevenção do suicídio. Por isso, organizações médicas, como a Associação Brasileira de Psiquiatria, organizam campanhas para discutir este importante assunto a partir de um guia nacional de prevenção do suicídio da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O suicídio é considerado a segunda causa de óbito em pessoas entre 15 e 29 anos. A maioria desses casos se concentra em países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento, sendo as mortes mais comuns no sexo masculino. Este assunto reflete uma grande preocupação mundial, já que ocorre em todos os países e culturas. A forma que o indivíduo escolhe para passar ao ato sofre com variações culturais e regionais.
Um modelo que pode estar relacionado é o de estresse-diátese, por meio do qual uma série de problemas que se apresentam de forma longitudinal podem diminuir ou aumentar o limiar para que se desenvolva um comportamento suicida. Aqui, estariam relacionados: predisposição genética, fatores bioquímicos relacionados ao metabolismo, traços de personalidade, sensação de desesperança e aspectos relacionados ao suporte social. Gatilhos ou estressores poderiam precipitar a ação, como, por exemplo uma tentativa prévia de suicídio (é o principal fator de risco para um ato futuro), presença de transtornos psiquiátricos, uso abusivo de álcool ou outras substâncias, perda do emprego, problemas financeiros, términos de relacionamentos, exposição à situações de violência, trauma ou abuso, dor ou doença crônica. Estima-se que para cada óbito por suicídio, 20 outras pessoas tenham tentado.
Estratégias preventivas de suicídio
Dessa forma é importante destacar e valorizar estratégias preventivas, destacando-se seis vertentes: o tratamento das doenças mentais, o porte de armas ou seu acesso, detoxificação de gás doméstico, detoxificação das emissões de carros, controle da disponibilidade de substâncias tóxicas e orientações à imprensa na divulgação de notícias. A prioridade costuma ser dada ao tratamento das doenças mentais, devendo as demais variar de acordo com fatores regionais e culturais. Por exemplo, nos EUA as mortes por armas de fogo são mais prevalentes, sendo válido pensar em medidas para diminuir essa estatística. Já a diminuição da toxicidade no gás doméstico demonstrou-se relevante no Reino Unido e na Suíça.
Tratamento dos transtornos mentais:
Um trabalho feito pela OMS avaliou que apenas 2% das pessoas que cometeram suicídio não possuíam um transtorno mental. A maior parte das pessoas tinha alguma forma de transtorno de humor; um grupo menor, mas ainda expressivo, tinha transtornos de personalidade e neuroses; o terceiro grupo era composto por outros transtornos mentais; o quarto, por dependentes químicos; o quinto, por pacientes com esquizofrenia; e o menor grupo sofria com síndromes orgânicas cerebrais.